Quebra da rotina alimentar não afeta produção de leite na UO de Nova Ramada


“Nossas vacas são como os donos, comem de tudo”. Segundo os produtores de Nova Ramada, não há queda na produção de leite em função da mudança, quase que diária, do local e cardápio oferecido aos animais.


Propriedade da família Foguesatto, em Nova Ramada

Agricultores de seis municípios da Região Noroeste visitaram, em Nova Ramada, uma das 50 Unidades de Observação (UO) da Rede Leite. O local do encontro, a propriedade do casal Leane e Nery Foguesatto, fica na localidade de Barro Preto e chamou a atenção pela diversidade de forrageiras que oferece ao plantel de 25 cabeças: tifton, trevo branco, vermelho e vesiculoso, trigo duplo propósito, amendoim forrageiro, capim elefante, sorgo, aveia, azevém e ervilhaca. “Quando pensamos em comida para as vacas, pensamos em pasto, não em ração”, disse Leane. 

Essa opção, na avaliação do engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Gilberto Bortolini, explica o baixo custo de produção. Os Foguesatto gastam apenas R$ 0,33 para produzir um litro de leite, comercializado para a indústria ao preço de R$ 0,60. A produção mensal é de aproximadamente 13 mil litros e o rendimento individual é de 6.025 litros vaca/ano. Antes de aderirem a Rede Leite, no entanto, haviam 16 vacas, produzindo, cada uma, 3.300 litros ao ano.  O casal recebia da indústria R$ 0,40 pelo litro de leite. “Depois que entramos na Rede Leite, a gente abriu os horizontes”, disse Leane. Os agricultores ainda plantam soja em 10 dos 25 hectares da propriedade, embora, pelos seus cálculos, um hectare cultivado com a oleaginosa renda R$ 478,00 contra R$ 3.081,00 obtidos com o leite na mesma área.

 O manejo se difere de padrões rígidos. A escolha do local onde os animais pastam depende de outros fatores além da oferta de comida. “Se chover, por exemplo, a gente prefere deixar as vacas num local onde não tem muito barro”, disse Leane. O casal garante que não há queda significativa na produção de leite em função da mudança, quase que diária, do cardápio. “Nossas vacas são como os donos, comem de tudo”, disse Nery. “Eles acabam garantindo a sustentabilidade do solo”, avaliou a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Auria Schröder.

 Em função da falta de mão de obra, apenas o casal se ocupa da produção de leite, Leane e Neury não pensam em aumentar o plantel de animais, mas em investir na fertilidade do solo e nas instalações da sala de ordenha. “As vacas é que trabalham para nós. O dia em que ficarmos escravas delas, vamos parar”, sentenciou Leane.

 O secretário municipal de agricultura, Alessandro Mafalda, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Martins, e extensionistas da Emater/RS-Ascar também estiveram presentes. “A Rede Leite dá oportunidade de todos participarem, por isso esse programa tem de continuar”, elogiou o secretário Mafalda.

  

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