Rede Leite mostra como superar principal problema da atividade leiteira


Falta de mão de obra e de sucessores estão resolvidos em UO de Boa Vista do Incra.


Família adota critérios de qualidade da indústria e ganha bonificação na venda de leite.

A falta de mão de obra e de sucessores, apontados por mais de 198 mil produtores de leite como os dois maiores problemas da atividade leiteira estão resolvidos, pelo menos, em Boa Vista do Incra. Na propriedade da família Siqueira, três filhos do casal, Catarina e Élvio Siqueira, levam adiante a atividade, com pesquisa e assistência técnica. Na última sexta-feira (18/09), eles receberam a visita de agricultores do Noroeste gaúcho, professores e estudante da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (Unijuí) e Universidade de Cruz Alta (Unicruz), além de extensionistas da Emater/RS-Ascar. O encontro foi promovido pela Rede Leite – Programa em Rede de Pesquisa em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Rio Grande do Sul (Rede Leite).

Durante a visita, supervisionada pela engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar  Monique Chaves, o grupo ouviu atentamente a história de vida da família Siqueira, pontuada por altos e baixos nas finanças. Antes de se dedicarem quase que exclusivamente à produção de leite, os Siqueira apostavam suas energias na produção de soja. A substituição do plantio de grãos pela produção de leite ocorreu quando a família aderiu à Rede Leite, há seis anos. Na Rede Leite, a família de Boa Vista do Incra passou a receber orientação de pesquisadores da Embrapa, Unicruz e Unijuí e orientação técnica continuada e planejada da Emater/RS-Ascar.

Durante uma caminhada pela propriedade o grupo pode observar os investimentos feitos para deixar o solo mais fértil e os piquetes mais cheios de forrageiras sugeridas pela pesquisa.

Embora o aumento do volume de leite acompanhe uma trajetória crescente, o maior interesse dos Siqueira é manter os critérios de qualidade, sugeridos pela indústria, acerca dos níveis de gordura e proteína. Em função da qualidade, eles recebem uma bonificação, paga por uma empresa do segmento industrial.

Cenário econômico

Segundo a Emater/RS-Ascar, a produção gaúcha de leite (4,3 bilhões/litros/ano) gera ao Estado uma receita anual de aproximadamente R$ 3,6 bilhões.

Dentre as doze regiões administrativas da Emater/RS-Ascar, a região administrativa de Ijuí – engloba os Coredes Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí -, é a que mais produz leite, aproximadamente 880 milhões/litros/ano.

A localização da indústria, no entanto, faz com que o leite “viaje” muito pelas estradas gaúchas. A região de Lajeado concentra 10% do segmento industrial e 45% do volume de leite industrializado. O desafio, segundo a Emater/RS-Ascar, é encontrar estratégias para vincular o agricultor, que mora em regiões com déficit de comercialização, aos segmentos industriais.

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti

Fone: (55) 3333 8040