Rede Leite analisa sofisticada gestão compartilhada em Coronel Bicaco


Rede Leite troca experiências com pequenos produtores e se depara com realidade complexa em Coronel Bicaco.


Coronel Bicaco, encontro da Rede Leite

Às cinco e meia da manhã, o casal de agricultores Inês e Cláudio já está de pé e, entre um chimarrão e outro, discutem o que irão fazer durante o dia. A rotina dos agricultores de Coronel Bicaco, compartilhada pelos filhos adolescentes, Joceane e Claudinho, despertou o interesse dos técnicos da Emater/RS-Ascar, estudante da Unijuí e agricultores de sete municípios da região Noroeste que visitaram os Bär no dia 10 de agosto de 2010. “Às vezes, levamos dias pensando em como chegar a um denominador comum nos nossos assuntos”, disse Cláudio. “O centro de tudo o que vimos nesta propriedade é a gestão compartilhada”, concluiu o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Pedro Urubatan Neto da Costa.

 A visita, acompanhada pelo secretário municipal de agricultura Valdir Oliveira, faz parte da metodologia utilizada pelo Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS (Rede Leite), do qual fazem parte 50 propriedades rurais, dentre elas, a da família Bär. “A Rede Leite é troca de experiências, os produtores vão vendo em cada propriedade o que há de bom e a partir daí começam a pensar na própria realidade”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Bento Lopes.

 A pequena, porém complexa, propriedade rural da família Bär tem um diversificado sistema de produção, voltado à venda de suínos, peixes, ovos, mel, amendoim, feijão, pipoca, alho, banha, carne bovina, batata doce, soja, pêssego e o principal produto, o leite, vendido à indústria por R$ 0,59 o litro. “Aconselhar uma família que tem um sistema diversificado como este é bem mais difícil do que aconselhar uma família que tem sistemas homogêneos, com uma ou duas atividades”, avaliou Urubatan. Contudo, prosseguiu, “é desafiador e estimulante”. 

No caso da família Bär, o desafio é aumentar a produção de leite. Após entrar no programa, os Bär decidiram reduzir a zero o plantio da soja, que ainda consome 12 dos 19,5 hectares da propriedade. A ideia germinou na cabeça de Cláudio depois que ele visitou a  propriedade de 6,8 hectares da Rede Leite em São Valério do Sul, onde o proprietário alcançava 114 mil litros de leite ao ano com 17 vacas. Impressionados, os Bär olharam para as suas nove vacas em lactação e concluíram que elas têm potencial para ir além dos 19.800 litros ao ano. “Vamos investir na alimentação e genética”, projetou Cláudio.

 Os técnicos da Emater/RS-Ascar de Coronel Bicaco, Erica Szismann e Nereu Zuchetto, têm acompanhado a evolução contínua da família que há pouco mais de uma década contava apenas com uma vaca de leite e pouco mais de três hectares de terra. Por sugestão deles, os Bär plantaram quatro variedades de pêssego em um hectare da propriedade. Além disso, o projeto técnico elaborado por Zuchetto viabilizou a compra do resfriador a granel de 200 litros e de 3,8 hectares de terra para o filho Claudinho, um dos 114 produtores do município beneficiado pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário do Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Nós estamos vendo que o horizonte é aberto e através destes encontros da Rede Leite a gente se abastece de argumentos para colocar as coisas boas em prática”, resumiu o anfitrião Cláudio Bär.  

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti

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