Leite Gaúcho e Rede Leite mostram cenário positivo em Miraguaí


Dia de campo foi realizado na UO da família Cavalini.


Evento reuniu mais de cem pessoas na propriedade dos Cavalini.

O Programa Leite Gaúcho, do Governo do Estado, e a Rede Leite, programa que integra nove instituições de pesquisa, ensino e extensão rural no Noroeste gaúcho, apresentaram nesta terça-feira (5/11), durante dia de campo, em Miraguaí, ótimas perspectivas para quem produz leite. O prefeito Alencar Gross, presente no evento, disse que a produção de leite representa 35% de retorno de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No Rio Grande do Sul, segundo projeção da Emater/RS-Ascar, a atividade leiteira deverá crescer este ano aproximadamente 5%. O Estado é o segundo maior produtor nacional de leite, atrás de Minas Gerais, e o Brasil é o sétimo produtor mundial de leite.

 No local do evento, a propriedade da família Cavalini, localizada na comunidade Irapuã, extensionistas da Emater/RS-Ascar e pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul discorreram sobre formas de melhorar a rentabilidade do produtor, equilibrando investimentos em alimentação, genética e sanidade dos animais.

 O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Yokoo, chamou a atenção para três características presentes no touro, que devem ser levadas em conta no ato da compra de sêmen: produção de leite (PTAM), taxa de prenhez das filhas (DPR) e controle do peso. “O tanto a mais de leite que a filha vai produzir compensará o tanto a mais de dinheiro que o produtor investiu na compra do sêmen”, justificou Yokoo. O pesquisador da Embrapa também explicou por que é necessário reduzir o intervalo entre partos. “Mais de 11 meses produzindo prejudica a qualidade do leite”, disse Yokoo.

 Secar a vaca dois meses antes do parto ajuda a formar adequadamente o colostro (leite produzido após o parto) e a evitar queda na produção de leite. O colostro, oferecido ao bezerro nas primeiras horas de vida, segundo a pesquisadora da Embrapa, Emanuelle Baldo Gaspar, é fundamental para imunizar a cria e reduzir riscos de mortalidade. Planejar um calendário de vacinas, trocar agulhas após vacinar um lote de 10 animais, aplicar a vacina no prazo e dose indicados pelo fabricante, foram outros cuidados levantados por Emanuelle para manter a qualidade do rebanho.

 Para o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Enéias Lenhardt, leite de qualidade tem sabor agradável, é nutritivo, tem rendimento industrial, está isento de contaminantes como antibióticos e pesticidas e tem baixa quantidade de células somáticas.  Para alcançar esse patamar, o produtor deve tirar leite em um ambiente limpo e arejado. “O leite deve sair bom da vaca e sair bom do resfriador”, disse Lenhardt.

 Na sala de ordenha da família Cavalini, a limpeza dos equipamentos de ordenha e do resfriador é feita com tinturas, mistura de plantas com álcool. Segundo a agricultora Renita Cavalini é necessário alternar a cada oito dias o uso das tinturas feitas com carqueja, picão preto e eucalipto. “Para as bactérias não ficarem resistentes a cada uma dessas plantas”, disse Renita.

 Apenas durante a ordenha, as vacas recebem ração, em quantidades pequenas. “Meu gasto com ração deve chegar a R$ 500,00 por mês”, disse Gilmar Cavalini. Na maior parte do tempo, os animais permanecem nos piquetes. As forrageiras cultivadas são grama tifton, capim sudão e aveia. “Não adianta investir em genética se falta comida no pasto”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, César Zamarchi.

 A partir de análises feitas em laboratório da Embrapa, com amostras de solo retiradas da propriedade, a família Cavalini controla a quantidade de adubo que deve ser aplicada para atender a necessidade das plantas. “No mínimo a cada dois anos o produtor tem de fazer a análise de solo”, lembrou o agrônomo da Emater/RS-Ascar.

 O dia de campo realizado em Miraguaí foi financiado pelo Governo do Estado e faz parte da capacitação prestada pela Emater/RS-Ascar às famílias beneficiadas pelo Leite Gaúcho. Segundo a chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Miraguaí, extensionista de Bem-Estar Social, Silmara Patrícia Vogt, em três anos o programa irá capacitar aproximadamente 112 famílias no município. “O programa atende no Estado 30 mil famílias”, completou o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Antônio Altíssimo.

 

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti