Família Boton recebe parceiros da Rede Leite em Pejuçara


Na despedida, agricultores fizeram sugestões ao casal Dalva e Paulo Boton.


Grupo avalia sistema de criação de terneiras.

A família Boton, uma das 67 famílias integrantes da Rede Leite, recebeu na terça-feira (29/10), em Vista Alegre, interior de Pejuçara, seus parceiros da Rede, pequenos agricultores e extensionistas da Emater/RS-Ascar. O prefeito Eduardo Buzzatti, e médico veterinário da prefeitura, Adriano Lorenzoni, também participaram do encontro. “Estamos destinando recursos para o setor primário, que será responsável, em 2014, pelo retorno de 86,6% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)”, afirmou Buzzatti.

 Os encontros na Rede Leite se realizam em forma de rodízio nas propriedades, com o objetivo de estimular a troca de conhecimento e o debate sobre as experiências concretas vivenciadas diariamente pelos agricultores familiares.

 No encontro realizado em Pejuçara, o grupo ouviu a família Boton relatar como foram os primeiros anos vividos no lugar e as conquistas obtidas com a melhoria das estradas por onde passa o caminhão que transporta leite, crédito do governo federal para compra de resfriador a granel, equipamentos e construção da sala de ordenha.

 Adepta do uso de plantas medicinais, Dalva Boton explicou como prepara e aplica, após a ordenha, um selante para os tetos das vacas, feito de linhaça com tintura de plantas. A pomada de calêndula, explicou Dalva, é usada em ferimentos.  “Esta é uma propriedade com um potencial incrível de recursos naturais”, analisou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Dejair Burtet.

 Em um ano, os investimentos permitiram aumentar de 15 para 18 o número de vacas em lactação e a produção de leite passou de 8.042 litros/mês para os atuais 11.416 litros/mês.

 Desafios

 O encontro da Rede Leite possibilitou ao grupo visitante a oportunidade de fazer sugestões ao casal anfitrião, Dalva e Paulo, e ao filho Marlon Boton, de 12 anos. Entre elas, a oferta de água limpa nos piquetes, cisterna para armazenar água da chuva e, principalmente, a revisão de metas.

 Segundo cálculos feitos pelos agricultores da Rede Leite, a família Boton terá de aumentar a atual área, 24,5 hectares, caso mantenha o plano de chegar a um plantel leiteiro de 30 vacas. Para alimentar esse sonho, seriam necessários 7,5 hectares a mais para produzir silagem, outros três hectares para a grama tifton e, no mínimo, mais 5,5 hectares reservados ao pasto de inverno e verão. “Será que aumentar o número de animais é o que vai aumentar a rentabilidade?”, indagou o médico veterinário da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller. “O ideal é que o produtor escolha se deseja um sistema de produção a pasto ou a base de silagem e ração, nesse caso, com mais custos e mão de obra, mais animais confinados, mais impacto ambiental”, comparou o médico veterinário da Emater/RS-Ascar.

 De um modo geral, analisou Weiller, os agricultores consideram arriscado produzir leite sem silagem. No entanto, “há outros modelos de produção de leite que podem ser sugeridos a partir de outros valores”, concluiu Weiller.

 O encontro da Rede Leite foi promovido em Pejuçara pela equipe municipal da Emater/RS-Ascar, Loiva Mittelstaedt, Mariele Bottega e Gustavo Basso. A supervisão do trabalho está a cargo da engenheira agrônoma Auria Schröder. “A crítica é importante, porque acaba nos mostrando como superar o espinho que está no nosso pé e nem sempre queremos ver”, concluiu o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Gustavo Basso, a respeito da metodologia proposta pelos Encontros da Rede Leite.

 A Rede

A Rede Leite é um programa desenvolvido por meio da parceria entre nove instituições: Emater/RS-Ascar, Embrapas Pecuária Sul e Clima Temperado, Unicruz, Unijuí, Universidade Federal de Santa Maria, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar, e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos (Agel).

  

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti

www.emater.tche.br