Extensionistas rurais contam o que pensam da atividade leiteira


Pesquisador da Embrapa Jaime Wünsch diz que atividade leiteira é parte de processo social


Extensionistas de bem-estar social dizem o pensam da atividade leiteira

Os extensionistas da área de bem- estar social da Emater/RS-Ascar acompanham o dia a dia nas propriedades rurais, sabem como é o lazer, a alimentação, as dificuldades financeiras, os projetos e até os sonhos das famílias rurais. Não raro, são requisitados para dar conselhos e até diluir conflitos familiares, tamanha a confiança e estima que desfrutam nas comunidades onde atuam. Em razão dessa proximidade, a Rede Leite promoveu, no dia 24 de setembro de 2008, encontro em Cruz Alta, para ouvir a opinião dos extensionistas sobre as relações sociais que envolvem a atividade leiteira. “Nosso esforço deve ser o de compreender a racionalidade, os motivos que levam o produtor a desenvolver um determinado sistema de gestão e a partir de então questionar: será que esse sistema é sustentável a longo prazo?”, disse o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Jaime Wünsch.

 

As trabalhadoras rurais, na visão dos extensionistas, são as grandes protagonistas da atividade leiteira e é sobre os ombros dessas trabalhadoras que recai a penosidade da maior parte de tarefas como lavar o úbere, os vasilhames e os estábulos. Ainda segundo os extensionistas, muitas famílias se preocupam mais com o status do que com o próprio bem-estar, exibindo aos vizinhos o elevado rendimento do plantel leiteiro, sem, no entanto, ponderar sobre os elevados custos para manter essa produção, nada vantajosos.

 

A produtividade e qualidade, por sua vez, seriam diretamente afetadas pela qualidade da informação técnica repassada aos produtores, interferindo no manejo, rendimento e qualidade do leite. E, ainda, a atividade leiteira não interfere apenas na dinâmica da família rural, mas em todos os espaços sociais de lazer, educação, saúde, cooperativismo, associações. “Ficou bem claro que essa atividade faz parte de um processo social. O grande problema para nós é saber como intervir e auxiliar o produtor”, disse Wünsch.

 

O ponto de partida, apontado por Wünsch, seria compreender toda essa situação e, principalmente, as razões que levam o produtor a agir de determinado modo. Somente a partir dessa compreensão será possível ajudá-lo a perceber o diferente. Esse diagnóstico, na opinião do gerente da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Gaspar Scheid, poderá resolver “pontos de estrangulamento” da atividade leiteira nos municípios gaúchos, fornecendo aos extensionistas e comunidades subsidios ao planejamento da atividade leiteira.

 

O Programa

 

O Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS, tem um caráter inédito e desafiador na medida em que propõe a união do capital intelectual de profissionais da extensão rural, pesquisa, ensino e pequenos produtores rurais.  “Além de propor alternativas aos produtores de leite, esse programa tem a vantagem de levar as instituições de pesquisa, ensino e extensão até as propriedades distantes, onde isso nunca tinha acontecido”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Pedro Urubatan Neto da Costa.

 

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti

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