Produtor de Condor mostra capim áries em encontro da Rede Leite


Encontro também abordou criação da terneira e bem-estar


Agricultores avaliaram desempenho da áries, gramínea perene de verão

O capim áries, gramínea perene de verão adaptada à região Sul do Brasil, foi avaliado, na quarta-feira (3/7), em Condor, onde ocorreu encontro da Rede Leite. Participaram do evento, realizado na propriedade da família Breitenbach, pequenos produtores de leite e extensionistas da Emater/RS-Ascar de onze municípios, além de pesquisadores da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e Universidade de Cruz Alta (Unicruz). Também participaram, o secretário municipal de agricultura, Clênio Amaral, e engenheiro agrônomo da prefeitura de Condor, Rudi Elsenbach.

 O grupo foi recepcionado pelo casal, Marinês e Ildo Breintenbach, e filhos, Ana Júlia e Matias. O garoto, de doze anos, apresentou o desenho que fez da propriedade, localizada em Barra do Barbosa.

 O sistema de manejo das pastagens de inverno e verão, segundo Matias, se baseia num mix de forrageiras, semeadas em 12 hectares: aveia, azevém, trigo tarumã e as perenes tifton e áries. “Depois que as vacas comem áries elas quase não querem outro pasto”, atestou Ildo Breitenbach. Contudo, destacou o produtor, essa planta necessita de bastante adubo e sofre muito com a geada, razão pela qual Breitenbach se recusa a fazer a roçada no inverno.

 Os custos de produção e o histórico da propriedade foram apresentados pela extensionista de Bem-Estar Social da Emater/RS-Ascar, Roseli Seintefuss, que acompanha o desenvolvimento da atividade leiteira dos pequenos produtores de Condor. Em 2008, quando ingressaram na Rede Leite, segundo Roseli, os Breitenbach eram proprietários de cinco vacas em lactação. Atualmente, o plantel leiteiro é de 14 vacas. A produção mensal de leite é de 8.400 litros. Há quatro anos, o volume produzido era de 3.327 litros mensais. O preço recebido pelo litro de leite no período teve um acréscimo de R$ 0,25.

 A mastite, principal problema no passado, hoje não incomoda mais o rebanho. As razões estariam atreladas aos cuidados, como por exemplo, a eliminação no potreiro de galhos que pudessem ferir os tetos, porta de entrada para bactérias. A qualidade da alimentação também seria outro fator. A silagem feita de milho é bem armazenada, isso, segundo o assistente técnico regional de Sistemas de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller, evita a proliferação de doenças causadas por fungos que viriam a ser consumidos pelos animais. “Um dos grandes desafios, ainda hoje, nas propriedades é manter a qualidade da silagem. Sabemos que os fungos se proliferam em alimentos mal conservados”, frisou Weiller.

 Tão importante quanto a comida, a água também motivou debates, especialmente quando Weiller quis saber se os Breitenbach disponibilizavam esse recurso às vacas durante a noite. “Se elas quiserem beber, têm de caminhar até a sanga, mas elas não vão até lá”, disse Breitenbach. A produtora de leite de Nova Ramada, Leane Foguesatto, sentenciou: “As vacas não gostam de água fria, por isso não vão até a sanga. Na nossa propriedade, a gente leva água até elas e ainda temos de implorar ‘por favor beba um pouco de água’”, brincou Leane.

 Um tema, suscitado pela professora da Unicruz, pedagoga Rosane Félix, fez com que o grupo refletisse sobre as vantagens e desvantagens e os custos para construir um fosso na sala de ordenha da família Breitenbach. Sem o fosso, Marinês não pode permanecer em pé para ordenhar as vacas, repetindo milhares de vezes ao ano, um abaixa e levanta que sobrecarrega seus joelhos. Solidários com o problema, vários produtores relataram que fizeram em suas propriedades adaptações muito baratas e concluíram que o custo é variável, pois a obra pode perfeitamente ser feita com madeira ou outro material disponível.

 O encontro da Rede Leite enfocou ainda, o sistema de criação da terneira desenvolvido pela Unijuí, no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (Irder). Esse tema foi abordado pela professora da universidade, médica veterinária Luciane Martins.

 A engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Auria Schröder, que faz a supervisão técnica nos onze municípios presentes no evento, encaminhou o processo de votação para escolha do próximo local do encontro da Rede Leite. Ficou acertado que o grupo voltará a se reunir em agosto, no município de Pejuçara.

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