Rede Leite promove encontro em propriedade de Crissiumal

Evento foi realizado na Unidade de Observação do casal Isolde e Jaime Lipke, em Linha São Vicente

Grupo percorreu as áreas de pastagem e as instalações da propriedade

Pequenos produtores de leite de sete municípios do Noroeste gaúcho  reuniram-se na quarta-feira (17/10), em Crissiumal. A visita orientada pela Emater/RS-Ascar à propriedade do casal Isolde e Jaime Lipke, em Linha São Vicente, faz parte da estratégia adotada pela Rede Leite, cujo objetivo é estimular a troca de informações entre as 68 famílias que integram o programa. 

O grupo de visitantes, entre eles o engenheiro agrônomo da prefeitura Herton de Oliveria, percorreu as áreas de pastagem e as instalações onde as 18 vacas de leite são ordenhadas diariamente por Isolde. Para dar conta do trabalho, a agricultora acorda por volta das 4h30min. A rotina de tirar leite inclui levantar-se e agachar-se pelo menos umas 100 vezes ao dia, já que o estábulo não possui um fosso que permitiria à Isolde ficar em pé enquanto ordenha os animais. Contudo, a jovem agricultora, de 28 anos, ainda não apresenta sinais de cansaço físico, nem queixas de dores nas costas. “Construir uma nova sala de ordenha está nos nossos planos”, disse Jaime.

Após ingressarem na Rede Leite, há dois anos, os Lipke passaram a cultivar, além de aveia, as gramíneas tifton e áries e o capim mombaça. Os animais, que antes dormiam confinados, atualmente dormem soltos no pasto.

Sobre a quantidade de adubo que despeja no solo, Jaime contou que ainda não faz análise de solo, oferecida gratuitamente aos integrantes da Rede Leite pelo Laboratório de Análise de Solos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). “A adubação de ureia e esterco é feita pelo olho”, contou o produtor de leite de Crissiumal.

O cardápio dos animais é reforçado com silagem de milho, prática comum entre os mais de 1.500 produtores de leite de Crissiumal. “Dos sete mil hectares de milho plantados no município, 4.500 hectares são usados para silagem”, informou o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Jovino Bin. “O  plantel leiteiro é grande, são 14 mil cabeças”, justificou o técnico da Emater/RS-Ascar.

A produtividade média de 20 litros/vaca/dia garante à família Lipke renda bruta anual de aproximadamente R$ 41mil, ou cerca de R$ 3 mil mensais. “O leite está tapando os furos no orçamento das outras atividades”, admitiu Jaime.  Os cerca de sete mil litros produzidos ao mês são comercializados para a Cooperativa Agropecuária Crissiumalense (Coopercris), ao preço médio de R$ 0,70.

Os bons rendimentos econômicos obtidos com a produção de leite levaram os produtores a investir em irrigação. O projeto técnico do sistema fixo de irrigação, elaborado pela Emater/RS-Ascar e financiado pelo Governo do Estado, permitirá aos Lipke irrigar o pasto dos animais em períodos de estiagem. Para tanto, o açude da propriedade foi ampliado com auxílio das máquinas da prefeitura. Através de um programa de estímulo à açudagem, o poder público municipal isenta os produtores de pagar por duas de cinco horas de uso das máquinas.


Crissiumal

No ranking dos municípios gaúchos que mais produziram leite em 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Crissiumal, com seus 32.500 milhões de litros, garantiu a 12ª posição. No topo da lista, está Casca, com 58.563 milhões de litros.

 
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