Tecnologia a serviço do produtor: aparelho importado dos Estados Unidos analisa grãos em segundos


Método por infravermelho permite realização de análises em seis segundos


Análise permite conferir a qualidade de grãos

Agricultores de Ijuí e região que necessitam de agilidade no resultado de análises de grãos, como soja, milho e trigo, contam com um diferencial. Graças ao Espectrômetro de Infravermelho Próximo, conhecido como NIR (Near Infrared Reflectance), é possível saber em apenas seis segundos, o nível de proteína, fibra, gordura, matéria seca e matéria mineral, elementos que conferem qualidade aos grãos.

Adquirido há dois anos pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), por intermédio da Prefeitura de Ijuí, através de uma emenda da bancada gaúcha em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o equipamento foi importado dos Estados Unidos e custa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. De metodologia bastante moderna, o aparelho adquirido é de última geração.

O NIR está disponível no Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da Unijuí. Além de apoiar a pesquisa e o ensino na universidade, realiza análises para produtores rurais. Conforme a zootecnista responsável pelo laboratório da universidade, Juliana Comin, o espectrômetro NIR é um equipamento de alta precisão que efetua análises de alimentos por meio do princípio de emissão de radiação eletromagnética. “A energia radiante do infravermelho é empregada para caracterizar substâncias orgânicas. O espectrômetro NIR se baseia na aplicação da matemática à química analítica, ou seja, a quimiometria. A técnica é uma integração da espectroscopia, estatística e computação de dados”, explicou Juliana.

Segundo ela, os alimentos são compostos principalmente de matéria orgânica e uma menor fração inorgânica. As ligações moleculares mais comuns nos alimentos são entre hidrogênio, carbono, oxigênio, enxofre, fósforo e nitrogênio. “O funcionamento do espectrômetro se dá em relação à frequência da vibração entre estas moléculas, que implica em uma determinada absorção de luz na região infravermelha, mais precisamente no infravermelho próximo, que é uma região que não é visível para o olho humano”.

A zootecnista destacou dois diferenciais das análises realizadas pelo NIR: a agilidade na análise completa, pois leva em torno de seis segundos para a obtenção do resultado de uma amostra, e o valor acessível para a realização da análise. “Pelo método químico tradicional, uma análise demora duas semanas para ficar pronta e o valor é de aproximadamente R$ 100, pois há custos de materiais utilizados no processo, como vidrarias e reagentes. Já a análise pelo método NIR custa R$ 29”, afirmou a zootecnista.

Os primeiros relatos do uso do NIR são de 1939, na Pensilvânia. Quase meio século depois, em 1985, o método foi aceito comercialmente e, em 1988, oficializado. No Estado, são poucos os locais que dispõem deste tipo de aparelho.

Hoje, no laboratório da Unijuí, as análises pelo método NIR são realizadas com grãos. Em breve, também poderão ser analisadas amostras de forragens e silagem.

 

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