Primeira biofábrica do RS é resultado de acordo entre Emater/RS-Ascar e Embrapa


Biofábrica irá funcionar em Montenegro.


Biofábrica irá produzir vespas Trichogramma, usada no controle de lagartas.

Foi assinado na manhã de quarta-feira (11/06), um acordo de cooperação técnica entre a Emater/RS-Ascar e a Embrapa Milho e Sorgo para a instalação da primeira biofábrica no Rio Grande do Sul. Assinaram o presidente da Emater/RS, Lino De David, e o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino. O ato foi na sede da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, duranteo evento de Capacitação em Manejo Integrado de Pragas (MIP), que reúne mais de 200 pessoas, entre técnicos e pesquisadores, do RS, PR, MT, AM, MG e GO.

 A biofábrica, que deve ser inaugurada no mês de agosto, vai funcionar em Montenegro, com a criação de vespas Trichogramma, utilizadas no controle biológico de várias espécies de lagartas que atacam culturas de grãos e hortaliças. Até então, inóculos das vespas eram comprados de biofábricas de MG e SP, chegando com atraso para o controle de pragas, como no caso da helicoverpa e falsa medideira, que causaram prejuízos na última safra, limitando iniciativas de MIP.

 Para o presidente da Emater/RS, Lino De David, essa parceria entre as instituições cumpre uma função pública, que é colocar a informação e a tecnologia da pesquisa e da extensão a serviço dos agricultores. “O tema dos agrotóxicos nos incomoda muito. O RS é campeão brasileiro no uso de agrotóxicos. Talvez daqui a 10 ou 15 anos vamos ter noção do que significou essa decisão política e essa iniciativa da biofábrica”, disse.

 Segundo De David, o grande problema de logística com o Trichogramma vindo de SP, no ano passado, gerou a demanda. “Buscamos a solução e criamos uma política pública. A biofábrica foi lançada com o Plano Safra Estadual 2014/2015, na última segunda-feira, em Canguçu. Para nós, faz parte de uma estratégia, de uma concepção de trabalho, de um processo que visa à produção de alimentos com qualidade, menor uso de agrotóxicos, com redução de custos e com sustentabilidade”, finalizou De David. O Plano Safra Estadual destinará R$ 2,74 bilhões para a agricultura familiar. 

Conforme o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, como se trabalha com material biológico vivo, se tem um tempo para chegar, tem um momento certo para a aplicação. “Então a implantação de uma biofábrica aqui no Estado, que será no Centro de Treinamento da Emater, no município de Montenegro, vai facilitar isso. Também terá um caráter didático pedagógico para mostrar que é possível, com um custo muito baixo, um processo bastante simplificado, produzir agentes biológicos aqui no Estado”, explicou. De acordo com o diretor técnico, a meta é poder massificar e ter a biofábrica em várias regiões do Estado, para facilitar o acesso, a aquisição e aplicação pelo produtores.

 Na opinião do chefe geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, é necessário socializar essa experiência para todo Brasil. “Temos que mostrar para a sociedade brasileira esse novo paradigma. É um orgulho para nós da Embrapa participar disso”. O chefe da Embrapa também destacou os resultados apresentados durante os dois dias da Capacitação em Manejo Integrado de Pragas (MIP). “Fiquei muito satisfeito com os relatos sobre os resultados do controle biológico de pragas nas lavouras. Foi uma riqueza de informações, percebe-se muito bem o que está dando certo e o que é necessário corrigir. Houve casos relatados de onde foi feito o manejo integrado de pragas, se aplicou menos da metade do volume de agroquímicos. O que ouvi aqui foi entusiasmante”, analisou.

  

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar – Regional Passo Fundo

Jornalista Vanessa Almeida de Moraes

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