Dia de Campo em Três Passos evidencia sustentabilidade na produção de leite


Mais de 160 pessoas participaram do evento


Máquina de plantar tifton foi atração no evento

Delicadeza no trato com as vacas até a invenção de máquina de plantar tifton, esses e outros temas ligados ao sistema de produção de leite estiveram em evidência no Dia de Campo sobre Sustentabilidade, realizado na quarta-feira (16/4), em linha Harmonia, interior de Três Passos. Mais de 160 pessoas participaram do evento, que é uma das ações de Sustentabilidade contratadas, por meio de chamada pública, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para ser executada pela Emater/RS-Ascar no Noroeste gaúcho. A Prefeitura de Três Passos e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais apoiaram o evento.

Sem perder de vista o ciclo produtivo do leite – que envolve planejamento, conservação do solo, uso da água, florestas, qualidade, comercialização, geração de renda, bem-estar -, foram apresentadas quatro estações, na propriedade de 14 hectares da família Grohe. A primeira delas levou o público para uma pequena área, cultivada com o capim pioneiro. O técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Carlos Kirst, enfatizou as vantagens. “Se manejar corretamente, o pioneiro mantém a umidade e não deixa entrar erva daninha, além disso, se adapta muito bem em terrenos pobres em matéria orgânica”, assegurou Kirst.

Recursos como sombra, água e as pastagens permanentes, como a grama tifton, foram amplamente defendidos como estratégias para manter o bem-estar animal, aumentar a produção de leite e, ainda, facilitar o manejo em propriedades com reduzido número de pessoas envolvidas na atividade, como é o caso da família Grohe – o casal Éder e Elisiane conta com a ajuda do patricarca, Élio Grohe. “Todos os caminhos da produção de leite levam ao Noroeste, porque aqui é possível produzir leite a pasto, com menos custo”, disse o engenheiro agrônomo da Prefeitura de Três Passos, Evandro Colombo. “A pastagem permanente viabiliza o agricultor que faz planejamento”, concluiu o agrônomo da prefeitura.

A rotina que irá resultar na qualidade e, consequentemente, em ganhos maiores na venda do leite, foi abordada pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Kelvis Rauber – no caso, a rotina da família Grohe na busca constante da qualidade começa às 5 horas da manhã. “O leite tem gordura, açúcares, sais minerais e 87% de água, por isso, temos que repor nos piquetes a água que a vaca perde na ordenha”, enfatizou Rauber. A qualidade da silagem, a raça do gado, o manejo do bezerro e, principalmente, os cuidados para evitar doenças como a mamite também entraram na abordagem feita pelo técnico da Emater/RS-Ascar.

As boas práticas da ordenha, que incluem a delicadeza e o carinho no trato dos animais também foram lembradas. “Animal estressado produz adrenalina e isso inibe a saída do leite”, justificou Rauber. “É bom lembrar que as vaquinhas garantem o sustento da família, o estudo dos filhos”, ilustrou o técnico da Emater/RS-Ascar.

Por fim, o Dia de Campo sobre Sustentabilidade no sistema produtivo do leite mostrou uma inovação tecnológica. Construída na oficina da família Grohe, a máquina, que foi apresentada durante o evento, pode ser utilizada para o plantio da grama tifton, capim pioneiro, mandioca, entre outros. “O colega Arnaldo sugeriu a construção da plantadeira. O agricultor Éder ficou interessado e foi atrás das peças para fazer a máquina”, contou a extensionista Social da Emater/RS-Ascar, Laurice Gelatti Diniz. “A máquina faz a verga onde a muda é colocada, tudo numa só viagem do trator”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Arnaldo Tonellotto Jr.

Enquanto um agricultor dirige o trator, outros dois vão atrás, sentados na máquina, de onde lançam as mudas nas vergas abertas pela plantadeira. “Dá para plantar dois ou três hectares de tifton num só dia”, disse satisfeito o agricultor Éder Grohe, que gastou R$ 1.200,00 para ter o equipamento.


Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti